(faz parte do 1/4 de século, eu acho)
Lá fora tudo circula agitado. Gosto de observar a vida das pessoas.
Distante, vagueio e alheio-me a tudo.
Procuro quem fui outrora...
Distante tento resgatar toda aquela energia que não esgotava nunca...
Distante procuro a menina que fui e já não sou mais...
Aquela que ria, que vivia e não media tudo o que fazia. Aquela que queda após queda tinha forças para tudo e jamais perdia a coragem. Que sonhava e pensava que um dia mais tarde tudo ia valer a pena.
Será? Dei por mim a por em causa...tudo está posto em causa...
A rotina, o dia-a-dia e o desperdício de energia....
Perdi os sonhos, perdi a razão, perdi a vida e até o coração...
Se estou mal? Não estou não....
Infelizmente sinto-me um bloco de gelo que tudo analisa, que tudo pondera....
A vida? A minha vida tem sentido? Não sei...levanto-me de manhã num automatismo desenfreado, isolo-me e não procuro a companhia de ninguém....
Sozinha, desenlaço a minha tristeza e procuro em mim forças para de novo erguer. Coragem, penso!
Nunca desarmar, e arriscar sempre, porque vale apena viver.
Perdi nestes últimos tempos, uma casa comprada num objectivo comum que não foi longe, perdi um dos meus trabalhos, porque era necessário parar um pouco para equilibrar, perdi o meu avô, que tanto amei...
Faz hoje precisamente uma semana e esta tristeza que pensava que passava, aumenta dia após dia...
E neste turbilhão de acontecimentos perdi-te a ti...
Meti em causa e vi, achei...não soubeste lidar com este pequeno percalço na minha vida. Fugiste e não agiste! Até os amigos foram mais confortantes que tu. Não podemos conviver com as pessoas só quando temos fases boas...as más também fazem parte e é claro o meu estado de espírito ultimamente não anda bem...mas meteste a minha atitude em causa e isso não admito nunca! Não estou bem percebes, a cabeça não está bem porque o meu coração está vazio com esta perda. Com todas as perdas que ultimamente invadem a minha vida!
Respiro fundo, o sufoco que é querer gritar e não conseguir, querer chorar e não ter mais lágrimas e no fim deste nó na garganta dou por mim a despertar. E a pouco e pouco a pequenarebelde luta internamente para recuperar a força, a vontade, a coragem, a rebeldia e acima de tudo o optimismo, a motivação e por fim o sorriso...