Lá fora as gotas de chuvas ecoam no telhado...
Dou por mim a divagar e a olhar o cinzento do céu...desperto deste transe com a brisa gélida da janela!
A lareira brinca num jogo de dança em que cada labareda levanta e baixa e ao mesmo tempo...aquela dança aquece-me as entranhas!
O ambiente aconchega-me a alma provocando – me desejos ardentes! Procuro-te...sussurro-te ao ouvido para que abras aquela colheita fantástica para me deliciar...perdida no tempo e olhar ausente a minha cabeça revela uma imaginação sem fim...
Olho para ti e nem te dou tempo para nada...quero-te!
No chão quente do lume brincamos e exploramos onde a gota de vinho pode ir! Desliza daqui...e escorre para ali...Devoro-te com a sensação de não existir amanhã! Possuímos com a imensidão e a paixão que procuro em ti!
Rebeldes no anoitecer de Outono, por muito que seja morno aliciamos um ao outro! E por que a paixão nunca foi em vão...sorrimos e coramos!
O menino maroto não precisa que lhe diga onde deve ir...alias não se fala...por isso se diz que os olhos são o espelho da Alma!
Abrigo-me a ti despida de tudo...despida de pesos, de pensamentos e argumentos que procuro em ti...aliás de mim para ti! Não posso...digo-te, não posso continuar a insurgir-me com o meu coração! Não posso magoar-te nem magoar-me com esta paixão...este furacão de sentimentos que essa cara marota provoca em mim!
O silêncio provoca-me uma sensação de impotência sem fim...visto-me dou-te um beijo e saio...e tu ficas apenas a olhar para mim!